O agronegócio registrou em 2020 o melhor desempenho na geração de empregos desde 2011, segundo comunicado técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil que analisou os dados do ano passado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
O
setor abriu 61.637 vagas de janeiro a dezembro. Estudos do CEPEA/USP apontam
que boa parte destas vagas são destinadas a profissionais com ensino superior
ou especializações em determinadas áreas, criadas pela adoção de novas
tecnologias provenientes da agricultura digital ou mesmo a oferta de máquinas e
implementos agrícolas que demandam um certo conhecimento agronômico.
Assim,
desenvolvedores de software para controle da produtividade, pilotos de
drone para sistemas de mensuração de lavouras, engenheiros de produção e
mecânicos, projetistas e designers para máquinas agrícolas, analistas de dados
gerados pelos mapas de produtividade, são algumas das possibilidades de
trabalho no agronegócio, dentro ou fora da porteira, que já vêm sendo abertas
nos últimos anos, fruto deste crescente desenvolvimento e da implantação de
novas formas do fazer a produção no campo.
Mas
a busca pelo aumento da produtividade na lavoura é constante. Prova é que a
todo o momento surgem não só equipamentos, mas também, novos softwares de
gestão ou de aprimoramento de uma determinada atividade da lavoura. Os sistemas
de leitura de mapas da propriedade estão aí, para confirmar isto. Por conta
disto, surgem novas demandas no campo, que requerem novos profissionais, algo
que não era percebível até a pouco tempo.
Para
o diretor técnico da Geração Agro, consultoria especializada em plantio, o
agrônomo Paulo Ferreira, uma das novas oportunidades que existe e com grande
potencial de ter forte demanda é a posição de supervisor de plantio. Segundo
ele esta é uma função cuja carência já está sendo sentida por muitos
produtores, mas que ainda não tem profissionais aptos, no mercado, a exercerem
suas atividades. Ferreira explica que a pessoa para se qualificar a esta tarefa
precisa conhecer dos processos de plantio – todas as etapas – e ter fundamentos
agronômicos para poder tomar as devidas decisões, no tempo certo.
“Ele
precisa ser metódico, ter senso de urgência e, sobretudo, de importância.
Alguém capaz de assumir a responsabilidade pelo sucesso do plantio, gerando
ganhos significativos nesta hora que vão refletir na colheita. Suas principais
funções são o planejamento do plantio e o acompanhamento contínuo e detalhado
da operação, fazendo os ajustes necessários para assegurar o resultado
esperado: um plantio de excelência”, afirma o executivo da Geração Agro.
Ferreira salienta
ainda que este profissional, precisa passar por um treinamento ou curso de
preparação para a função para conhecer todas as atividades sobre as quais vai
ter responsabilidade dentro da fazenda. “Ele vai ter, por exemplo, a missão de
conduzir a equipe de plantio, exercendo plena e natural liderança sobre os
funcionários da propriedade que compõem a base da pirâmide, os mecânicos e operadores”,
diz Ferreira. Ele complementa afirmando que cabe inclusive ao Supervisor de
Plantio fazer o planejamento e cobrar para que os mecânicos deixem a
plantadeira em ordem para os operadores bem antes do dia do plantio. “Ele se
torna um ponto de apoio dos operadores e mecânicos, possibilitando inclusive
que formações direcionadas a esses grupos tenham maior aproveitamento graças ao
seu acompanhamento”, ressalta o agrônomo.
Por vislumbrar esta
oportunidade, a Geração Agro, criou um curso de formação para esta atividade
chamado Valorizando cada Planta. Conforme afirma Ferreira os
participantes vão aprender sobre gestão de equipe, aspectos sobre certificação
de plantadeiras, ações de regulagem preventiva e ajuste fino a cada talhão
deste equipamento e análise do plantio como um todo. “É possível notar que
todas as etapas são essenciais para o plantio. Ao menor descuido de qualquer
uma delas, perdemos produtividade”, conclui o executivo.
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