Agricultura de precisão estimula venda de maquinários

Foto: Henrique Caminha


Nos estandes, a grande estrela foi a conectividade


         A busca por precisão e eficiência, palavras de ordem no campo hoje, foi o principal combustível das prospecções e vendas de maquinários e implementos agrícolas na ExpoLondrina. Ainda que parte dos produtores tenha optado por aguardar a liberação de linhas de crédito com taxas mais atrativas, a feira trouxe otimismo para o setor.

“A feira de Londrina é uma vitrine muito importante. Sempre saem bons negócios aqui, e acreditamos que desta vez não será diferente”, afirmou Fernando Henrique Muchagata, gerente comercial da Kato Tecnologia, concessionária Massey Ferguson em Londrina, faltando ainda três dias para o término do evento. Para Muchagata a ExpoLondrina é um evento que vale muito a pena, principalmente por ter um lado comercial bem forte juntamente com a parte de lazer da feira. “Para se ter uma ideia, esta é uma das poucas feiras que ainda participamos”, revelou.

O gerente comercial informou ainda que, após dois anos, os produtores estão à procura de novos equipamentos e novas tecnologias, como a telemetria, para melhoria dos resultados. Para a feira deste ano, a concessionária trouxe como grande atração a plantadeira Momentum, que é autotransportável, dispensando o uso de caminhão para o deslocamento do maquinário de uma propriedade para outra. “O modelo possui linhas de plantio móveis, que se fecham no momento do transporte, facilitando o trabalho. Trata-se de um equipamento agrícola de precisão, pneumático, que tem corte de seção linha a linha, evitando o remonte de semente e resultando em mais economia. É o principal produto do nosso estande.”

Atendimento remoto - Outros estandes da feira também apostaram na alta tecnologia no campo. “Hoje estamos caminhando para não vender mais maquinário, mas tecnologia”, resumiu o supervisor de agricultura de precisão da Cocamar Máquinas John Deere, Bruno Trosdorf, lembrando que a cooperativa conta com o Centro de Soluções Conectadas (CSC), instalado em Maringá, com agrônomos e cientistas de dados que fazem o controle das máquinas em campo. Segundo Trosdorf, 90% de todos os atendimentos das cerca de 750 máquinas conectadas hoje são feitos remotamente.

Para a Expo, a Cocamar Máquinas trouxe toda a linha de pulverizadores, tratores, plantadeiras e colheitadeiras de última geração, além das demonstrações de piloto automático e soluções tecnológicas de aplicação que têm despertado a atenção dos produtores. “A procura pelos equipamentos tem sido muito boa. A grande vantagem de uma feira como esta é o contato pessoal com o produtor, que tecnologia nenhuma substitui”, afirmou o supervisor, animado com as possibilidades de vendas.

Parcerias - Otimismo semelhante era visto no estande da Integrada Máquinas e Equipamentos, concessionária Kuhn, onde os visitantes puderam conferir a Stronger 4000 HD, maior pulverizador presente na feira. Já no sexto dia de feira mais de 10 modelos menores de pulverizadores haviam sido comercializados e uma unidade do Stronger HD, no valor de R$ 1,8 milhão, estava praticamente vendida.

“As parcerias com bancos estão ajudando nas linhas de crédito e as vendas estão dentro do programado, que é comercializar R$ 15 milhões”, garantiu o supervisor comercial da Integrada Máquinas, Roderjan Luiz Inforzato Filho. Além dos pulverizadores, o estande da Integrada trouxe para a feira as novas plantadeiras com distribuição de semente a vácuo, distribuidor de adubo com taxa variável, semeadeira de trigo para grão fino e equipamentos de tecnologia agrícola da norte-americana Trimble, líder mundial no setor.

Planejamento  No estande da DHL, concessionária Valtra, o clima também era de expectativa. “A maioria dos produtores está aguardando créditos melhores, mas estamos esperando por números de venda bem favoráveis”, garantiu Adauto Rocha, gerente comercial da DHL. Para o gerente, a pandemia do coronavírus fez o produtor se programar mais e planejar suas compras com base nas reais necessidades, e não apenas como forma de investimento.

Para a 60ª edição da ExpoLondrina, a marca trouxe novidades como o trator com transmissão CVT; o pulverizador 2225, de 2,5 mil litros e potência de 170 cavalos, ideal para pequenas propriedades; e a linha de tratores semiautomáticos.

No estande da New Agro Primer, revendedora New Holland, a nova geração de colheitadeiras TC e os grandes tratores da linha T7 – 223 cavalos eram as grandes promessas de venda até o final do evento, ao lado dos quadriciclos Polaris. “Como o momento é de juros altos, os clientes estão preferindo aguardar por um possível aporte do governo. Mas acreditamos que a situação deve melhorar”, apostava o gerente de vendas Luís Antonio Viani.

A agricultura 4.0 também foi a estrela do estande da Jacto, que trouxe para a feira a solução de telemetria multimarcas Jacto Next, que oferece ao produtor informações em tempo real de todas as máquinas em operação, além de gerar mapas de todas as aplicações e até dos motivos de interrupções no trabalho. “Conseguimos uma solução muito simples, facilmente utilizável pelo operador”, informou o especialista em agricultura de precisão da empresa, Álvaro Zanghetti, explicando que o equipamento é disponibilizado por meio de contrato de comodato. “Com o pagamento de um valor médio de R$ 500 o produtor tem todas estas vantagens à disposição e pode resolver 90% dos problemas à distância”, destacou Zanghetti.

A Agricase, concessionária Case IH, trouxe para a feira a linha de maquinário comercializada há cerca de 1,5 ano, e concentrou as expectativas de venda no final do evento. “Estamos com boas prospecções, mas questões como os juros altos e mesmo a falta de equipamentos para comercialização estão dificultando um maior volume de vendas. Temos buscado alternativas, como a reserva de negócios, até que seja liberado o novo Plano Safra”, informou Daniel Aparecido de Oliveira, gerente de vendas da concessionária.

 via assessoria

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