Cepea – As exportações brasileiras de produtos do agronegócio seguem firmes neste ano, evidenciando que a demanda externa pelos produtos nacionais se mantém aquecida.
Os preços pagos em dólar, contudo, continuam em queda.
Diante disso, o faturamento em dólar com OS embarques do agronegócio registrou
pequeno recuo no primeiro semestre, conforme mostram pesquisas do Cepea (Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizadas com base
em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
(MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (sistema Siscomex).
De janeiro a junho, o faturamento em dólar das exportações brasileiras do agronegócio somou
US$ 82 bilhões. No mesmo período, os preços médios caíram 5% frente aos da
primeira metade de 2023. Já o volume escoado cresceu 4,5%.
Segundo pesquisas do Cepea, o avanço na
quantidade exportada esteve atrelado aos crescimentos observados nos envios
externos de algodão (o aumento no
escoamento foi de expressivos 228% no primeiro semestre deste ano frente a
igual intervalo de 2023), de açúcar (+49%), café (+52%), carne bovina in natura (+29%), farelo de soja (+6%),
soja em grãos (+2%), o papel (+19%) e a carne suína (+2%). Pesquisadores do
Cepea ressaltam que a redução na produção brasileira de soja pode afetar
os resultados do setor no acumulado do ano, colocando maior desafio na busca
por superar o valor obtido em 2023. Além disso, ainda há redução nos preços da
maioria dos produtos exportados pelo Brasil, o que também afeta o resultado do
faturamento.
A China se mantém como principal destino das
exportações do agronegócio brasileiro, adquirindo aproximadamente um terço de
tudo que o setor exporta. Os produtos mais demandados pelos chineses são a soja
em grão, carne bovina in natura, a
celulose e a carne suína. Os Estados Unidos e países do Oriente Médio, como
Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, aumentaram a participação nas compras
dos produtos brasileiros, assim como a Índia, Egito, México e Turquia.
EXPECTATIVA PARA O 2º SEMESTRE DE 2024
Apesar
da leve queda no valor das exportações do agronegócio no primeiro semestre, os
embarques continuam em alta, o que mostra a boa demanda externa pelos produtos
brasileiros. No entanto, a menor colheita nacional de soja, principal produto de exportação, deve limitar o
crescimento dos embarques desse produto e tornar mais desafiador superar o
recorde obtido no faturamento em 2023. Soma-se a esse desafio o comportamento
dos preços externos (em dólar), que seguem em queda. Por outro lado, os
embarques de algodão, açúcar, carne bovina in
natura e café podem continuar em alta.
Além disso, o câmbio desvalorizado tem mantido os produtos brasileiros
mais competitivos no mercado internacional, e a normalização da oferta mundial
tem contribuído para uma desaceleração na queda dos valores internacionais.
Veja
relatório completo aqui.
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