BOI: INDICADOR SOBE 3% NA 1ª DEZENA, MAS PECUARISTAS ESPERAM MAIORES ALTAS
Levantamentos
do Cepea mostram que as cotações do boi gordo seguem em alta, sustentadas pela
oferta limitada de animais prontos para abate no spot. No acumulado da primeira
dezena de setembro, o Indicador CEPEA/B3 subiu 3,1%, passando de R$ 239,75 no
último dia útil de agosto, para R$ 247,20 na terça-feira passada. Segundo
pesquisadores do Cepea, apesar do movimento altista, pecuaristas se mantêm
resistentes em entregar o boi, na expectativa de valores maiores que os atuais.
PREÇO NO ATACADO
No
atacado, os preços da carne com osso também registram aumentos, impulsionados
pela demanda aquecida, de acordo com colaboradores consultados pelo Cepea.
Divulgação recente do IBGE mostra que o volume abatido no segundo trimestre foi
recorde, com destaque para a categoria fêmea (vaca e novilha) – foram 8,8
milhões de cabeças no semestre, o que representou 45,7% do total de animais
abatidos.
PODER DE COMPRA DO SUINOCULTOR AUMENTA
Levantamentos
do Cepea mostram que o poder de compra de suinocultores paulistas frente aos
principais insumos utilizados na atividade avança setembro em alta. Segundo pesquisadores
deste Centro, o resultado reflete a valorização do vivo superior à do milho e
do farelo de soja. O movimento de alta do suíno, por sua vez, se deve à boa
liquidez da carne e à menor disponibilidade de animais em peso ideal para
abate.
SAFRA DE GRÃOS
No
mercado de milho, levantamento da Equipe Grãos/Cepea mostram que vendedores vêm
limitando o volume ofertado, atentos às recentes valorizações externa e interna
e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão
do Brasil. Em relação ao farelo de soja, a ausência de chuvas tem preocupado
produtores, visto que pode atrasar o início da semeadura da temporada 2024/25.
Como resultado, vendedores estão reduzindo a oferta no spot, enquanto
consumidores, tanto domésticos quanto internacionais, competem para adquirir
novos lotes.
TILÁPIA: OFERTA ELEVADA E DEMANDA ENFRAQUECIDA
Em
agosto, os preços da tilápia continuaram caindo em todas as regiões
acompanhadas pelo Cepea, embora em menor intensidade frente aos dois meses
anteriores. Segundo pesquisadores, a pressão vem da oferta elevada de peixe,
somada à demanda enfraquecida, diferentemente do cenário observado em 2023.
Quanto às exportações brasileiras de tilápia (filés e produtos secundários), o
volume embarcado caiu em agosto, interrompendo o ritmo crescente que vinha
sendo observado desde março. Conforme dados da Secex, as vendas externas
totalizaram 1,3 mil toneladas, quantidade 29,1% inferior à de julho e apenas 2%
acima da do mesmo período do ano passado.
CAFÉ: INDICADOR DO ROBUSTA SEGUE
SUPERIOR AO DO ARÁBICA
Levantamentos
mostram que os preços do café robusta (do tipo 6, peneira 13 acima) seguem
operando acima dos do arábica (do tipo 6, bebida dura para melhor, posto na
capital paulista). Na sexta-feira passada, a diferença entre os Indicadores
CEPEA/ESALQ das duas variedades atingiu os 51,9 Reais/sc, um recorde.
CLIMA AFETA PRODUÇÃO CAFEEIRA
O
mercado segue precificando os problemas climáticos registrados no Vietnã e no
Brasil. Em termos globais, o balanço entre a oferta e demanda continua
apertado, devido aos cenários produtivos limitados. No caso do Vietnã, o maior
produtor mundial de robusta, há notícias de melhora dos volumes de chuvas, mas
o calor no país segue preocupando produtores locais. No Brasil, previsões
meteorológicas apontam para calor acima do normal nos próximos dias, podendo
perdurar até o começo da segunda quinzena de setembro.
ARROZ: BALANÇA COMERCIAL VOLTA A SER
POSITIVA EM AGOSTO
Após
três meses consecutivos de saldo negativo, a balança comercial do arroz voltou
a ser positiva em agosto, com um superávit de 29,03 mil toneladas. No acumulado
de 12 meses, porém, o déficit é de 185,4 mil toneladas, o maior desde out/21.
De acordo com dados da Secex, apesar da queda nas exportações em agosto/24, o
volume embarcado foi o segundo maior do ano, voltando a superar as importações.
EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO
Os
preços de exportação e importação do arroz, por sua vez, subiram, mas o custo
de importação (em Reais/saca) atingiu a máxima nominal de toda série Secex. O
custo FOB (Free on Board) na origem do produto foi de US$ 478,36/t em agosto/24,
ou de R$ 132,98/saca de 50 kg. Se deflacionado pelo IGP-DI, trata-se da média
mais alta desde ago/15, quando atingiu R$ 134,03/sc de 50 kg.
AÇÚCAR: PREÇOS SOBEM NO SPOT PAULISTA
Os
preços do açúcar cristal branco estão em alta no mercado spot do estado de São
Paulo. Segundo pesquisadores do Cepea, a continuação do longo período de
estiagem, o forte calor e incêndios em canaviais no final de agosto vêm dando
suporte às cotações. Nesse cenário, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130
a 180, voltou ao patamar de dois meses atrás ao fechar a R$ 137,06/saca de 50
kg na sexta-feira, 6. Pesquisas apontam que a procura pelo açúcar cristal no
spot paulista aumentou nas últimas semanas, porém, não parece ser um
aquecimento do mercado, e sim compradores buscando garantir estoques, com
receio de que os preços subam ainda mais no curto prazo. No balanço de 2 a 6 de
setembro, a média do Indicador foi de R$ 136,47/sc de 50 kg, alta de 4,02% em
relação à do período anterior.
TRIGO: IMPORTAÇÕES JÁ SOMAM O MAIOR
VOLUME EM DOIS ANOS
Mesmo
com os preços de importação elevados, as compras externas de trigo em grão
estão crescentes ao longo de 2024, já somando os maiores volumes em dois anos.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado à baixa
disponibilidade doméstica de trigo, sobretudo de maior qualidade. Dados da
Secex indicam que a quantidade importada pelo Brasil de janeiro a agosto/24 é
de 4,556 milhões de toneladas, a maior para o período desde 2020 e 9% acima da
adquirida em todo ano de 2023. Em agosto/24, especificamente, as compras
externas totalizaram 545,46 mil toneladas, quase o dobro do importado em
agosto/23 (277,99 mil toneladas). Quanto aos preços, levantamentos mostram que
os valores internos do trigo seguem enfraquecidos e oscilando conforme as
condições de oferta e demanda regionais.
CENOURA: PREÇOS CAEM PELA 3ª SEMANA CONSECUTIVA
Os preços da cenoura caíram pela terceira semana consecutiva, em São Gotardo (MG). Levantamento da equipe Hortifrúti/Cepea mostra que, de 2 a 6 de setembro, a média da caixa de 29 quilos da “suja” foi de R$ 11,75, recuo de 14% frente à do período anterior. Segundo pesquisadores, a oferta das raízes está bastante elevada, devido à crescente produtividade na região, o que vem pressionando gradativamente as cotações desde meados de junho, tornando a atividade desafiadora aos produtores. Os atuais valores estão abaixo dos custos, o que pode limitar investimentos nos próximos meses. Uma melhora no mercado é prevista para começar entre novembro e dezembro, quando se inicia a colheita da temporada de verão.
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