Por Willy Schumann*
Os
principais compradores e comerciantes agrícolas do mundo estão sendo duramente
criticados por seu papel na crise ambiental do Brasil e agora prometem rastrear
e documentar a soja advinda do Brasil na expectativa de conter o desmatamento
desenfreado
Executivos da Cofco
International, empresa que controla e comercializa grande parte dos alimentos
que entra em território chinês, divulgou recentemente que irá incluir em seu relatório
anual de sustentabilidade, o compromisso de rastrear, classificar e identificar
toda a soja proveniente do Brasil até 2023, com a intenção de restringir o
produto plantado em área de preservação ambiental.
"Tornamos público nosso
compromisso de identificar e classificar os produtos que adquirimos do Brasil e
que não foram plantadas em áreas degradadas, porque também somos responsáveis pelo
que comercializamos e consumimos em território chinês e não iremos compactuar
com a destruição do bioma brasileiro”, afirmou Wei Peng, executivo
internacional de assuntos de sustentabilidade da Cofco International.
Com a expectativa de adquirir
entre 6,7 milhões e 7 milhões de toneladas de soja para o próximo ano, a gigante
asiática promete rastrear cerca de 50% da produção de origem brasileira.
Outras empresas chinesas
aderiram ao movimento e iniciaram o processo de rastreabilidade como forma de desacelerar
o desmatamento que atinge a floresta amazônica e também parte do Cerrado em uma área que equivale mais da metade de
toda a soja produzida em terras brasileiras.
A rival da Cofco, Louis
Dreyfus Co., disse em seu recente relatório anual de sustentabilidade que
conseguiu rastrear cerca de 30% de suas compras diretas de soja no Brasil em
2019 e se comprometeu a aumentar a rastreabilidade em 50% até 2021.
A Cargill Inc., maior trader
agropecuária, afirmou recentemente que mapeou 100% de sua base de fornecimento
de soja no Brasil. Além da localização geográfica das plantações, a “varredura”
inclui os intermediários, os terminais de exportação e até mesmo as plantas de
britagem.
Mesmo com toda a pressão
internacional, a desvalorização do real e o cenário de instabilidade, a China -
considerada a maior consumidora mundial do grão - depende significativamente da
produção brasileira para atender sua expressiva demanda. Em maio deste ano, a Fundação Getulio Vargas,
através do Índice de Comércio Exterior (Icomex), registrou um aumento
considerável das exportações brasileiras orientadas em commodities, cujo
destino é o mercado asiático.
Com informações do site CL Brief.*
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