Desenvolvida
pela Elysios, tecnologia deve ampliar processos de rastreabilidade e
sustentabilidade
No Amazonas, produtores rurais
de guaraná do programa Olhos da Floresta, da Coca-Cola Brasil, passaram a
contar com o auxílio de uma plataforma digital, desenvolvida por AgTech gaúcha
Elysios, para dinamizar a rastreabilidade dos cultivos. Toda a produção dos 350
agricultores familiares que participam do programa Olhos da Floresta é
destinada para a fabricação de bebidas da empresa.
“Ao optar pelo uso da tecnologia, o
agricultor que cultiva o guaraná passa a trazer todas as atividades do campo
para a plataforma digital, gerando evidências para a implementação de um
sistema de rastreabilidade e auditoria como fair trade e o sistema de cultivo
orgânico. No caso das cooperativas, elas passam a ter uma visão sistematizada
de todas as operações de manejo do guaranazal, além de facilitar o
gerenciamento e proporcionar engajamento e acesso a mercados premium”, afirma o
agrônomo e especialista em Agricultura Sustentável para o Amazonas da Coca-Cola
Brasil, João Carlos Jr.
“Escolhemos o aplicativo Demetra porque ele não
precisa de muita internet e tem a facilidade de funcionar off-line. É uma
vantagem porque nossos produtores têm internet rural via satélite, que nem
sempre é boa. Além disso, a startup se dispôs a adequar a plataforma às nossas
necessidades, especialmente quanto à rastreabilidade. Nós já fazemos esse
processo com o uso de planilhas e a partir de uma expertise própria, mas
precisava ser aperfeiçoado. O Demetra vai facilitar esse trabalho, já que
nossos processos vão desde a propriedade até a fábrica e as distâncias são
imensas”, explica Eduardo Trevisan Gonçalves, gerente de projetos do Instituto
de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). A organização não
governamental (ONG) é parceira da Coca-Cola Brasil no programa, que iniciou em
2016 e atua em 14 municípios.
A tecnologia compartilhada e de
fácil acesso do Caderno de Campo Digital - Demetra foi desenvolvida pela
Elysios Agricultura Inteligente, AgTech (como são chamadas as startups do
agro), que utiliza inteligência artificial e a Internet das Coisas para
oferecer soluções de inteligência em horticultura de precisão. Ao registrar as
atividades do dia a dia da propriedade no aplicativo, o produtor passa a ter
facilidades como o controle preciso das ações e processos que precisam ser
realizados, até mesmo o uso de insumos. Informações que, reunidas, podem
auxiliar o trabalho do técnico agrícola e na tomada de decisão, com consequente
ganho de produtividade.
“Nossas ferramentas são desenvolvidas e
constantemente aperfeiçoadas a partir das necessidades dos usuários. Elas
atendem tanto o grande produtor, quanto a agricultura familiar, desde aquele
produtor que está dando os primeiros passos com a tecnologia no meio rural.
Ampliar a nossa atuação até os guaranazais do Amazonas é prova de que a tecnologia,
assim como a agricultura sustentável, está ao alcance de todos e transpõe
qualquer barreira. É viável e de baixo custo”, afirma Frederico Apollo Brito,
CEO e fundador da startup, que tem expertise em culturas diversificadas, como
morangos, uvas, tomates e folhosas, e atua em parcerias com cooperativas e
agroindústrias. A plataforma contabiliza mais de 1.300 usuários ativos, 14 mil
hectares digitalizados e 4,5 milhões de toneladas de alimentos rastreados.
Aos 25 anos, o jovem CEO da
startup, que ao lado de colegas de Faculdade criaram a Elysios há apenas 4
anos, comemora a escolha da plataforma Demetra, que já vem sendo utilizada,
inicialmente, por um grupo de 30 produtores em cultivos de guaraná.
“Nosso objetivo sempre foi facilitar a
inclusão dos produtores nos processos digitais de produção de alimentos para
oferecer maior segurança e rastreabilidade. Por exemplo, através da comprovação
da rastreabilidade de cultivos sustentáveis na Amazônia Brasileira, os
produtores têm uma alternativa de renda sem agredir o meio ambiente, sem
desmatamento e assim com potencial de expandir a comercialização de produtos da
Amazônia para o mercado mundial.”, lembra Frederico.
O consultor Raimundo Brasil de
Souza, que atua diretamente com os produtores rurais, conta que já observa o
registro das atividades do dia a dia da propriedade, no aplicativo. Os
resultados ficarão mais evidentes ao final do ciclo. “O produtor aqui, em
geral, não tem a cultura de anotar podas, gastos, aplicação de repelente
natural e nem contabilizar a safra. O fato de ver que gastou certa quantia em
uma safra e que na outra gastou menos, já é uma forma de se organizar. Com o
Caderno de Campo Digital podemos planejar todo o manejo, como a limpeza no
guaranazal e também a colheita”.
Os primeiros resultados também
revelam o engajamento dos jovens, o interesse pela novidade está sendo
considerado uma grata surpresa. “Mesmo quem mora no interior da Amazônia quer
ter acesso a aplicativos e tecnologia, os jovens no meio rural têm facilidade
em aprender e estão buscando alternativas. Ajudam os mais velhos e, ao mesmo
tempo, os dados estão sendo imputados na plataforma. É um grande desafio,
porque estamos lidando com produtores muito humildes e a pandemia dificulta os
treinamentos, mas, aos poucos, conseguiremos estender para todos os produtores.
A nossa estratégia de expansão passa pelos filhos”, revela Gonçalves.
Souza complementa: “Alguns não
sabiam nem quantos pés de guaraná têm na área de produção. Hoje, já perguntam
do espaçamento, começam ter noção e isso é importante, também, para a
continuidade da atividade, a sucessão no campo”.
Sobre a Elysios
www.elysios.com.br/
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Instagram:
@elysiosagricultura
www.cadernodecampodigital.com.br
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