Coberturas vegetais podem reduzir nematoides e aumentar os níveis de potássio no solo

 

           Cultivo de cobertura feito com Braquiária e Crotalaria ochroleuca - Divulgação


Estudo realizado pela Fundação MS em três regiões de Mato Grosso do Sul destaca alternativas para manejo de solo


             Pesquisa do setor de Manejo e Fertilidade do Solo, da Fundação MS, identificou redução das populações de Pratylenchus brachyurus, Rotylenchulus reniformes e Helicotylenchus dihystera, organismos nocivos ao sistema de produção soja/milho, e maior quantidade do nutriente na camada de 0-20 cm. Os resultados do estudo para cultivo no Outono-Inverno como alternativa ao milho safrinha tardio foram publicados no Portal do Associado pelo pesquisador responsável Dr. Douglas Gitti.

Os experimentos foram realizados nas unidades de pesquisa da instituição nos municípios de Maracaju, Naviraí e São Gabriel do Oeste, durante o período de safrinha dos anos 2019 e 2020, e tiveram como objetivo avaliar a produção de matéria seca, teores de nutrientes remanescentes no solo e espécies/populações de nematoides tanto no solo quanto nas raízes.

Os testes foram realizados com as culturas milho solteiro; milho com Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã com guandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria spectabilis; milheto com guandu; aveia branca com nabo forrageiro e trigo mourisco com guandu, distribuídos em cinco repetições, em parcelas constituídas de oito metros de largura por 30 metros de comprimento, com um metro de espaçamento entre cada tratamento. A coleta de massa verde em todas as áreas de pesquisa ocorreu em dois períodos. A primeira foi aos 74 dias após a semeadura e a segunda cinco dias antes do plantio da soja.

Maracaju

Os resultados do estudo realizado no município sede da Fundação MS demonstram que a população de Pratylenchus brachyurus nas raízes de soja foi menor com os cultivos de milheto com guandu; aveia com nabo forrageiro e trigo mourisco com guandu.

A espécie de Rotylenchulus reniformes teve redução de população no solo com o manejo de Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria Ochroleuca; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria spectabilis; milheto com guandu e aveia com nabo forrageiro.

Já os nematoides Helicotylenchus dihystera tiveram menor população com a utilização das coberturas vegetais de Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã com guandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria spectabilis; milheto com guandu; aveia com nabo forrageiro e trigo mourisco com guandu.

No mesmo município, também foi identificado que o cultivo de espécies de Brachiaria brizantha cv. Piatã e Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca podem oferecer maiores valores de massa seca. No resultado, observa-se ainda que o uso de Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã com guandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca e Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria spectabilis proporcionou aumento dos teores de potássio no solo. A Coleta foi realizada 15 dias após a dessecação.  

São Gabriel do Oeste

Na unidade de pesquisa no município localizado na região Centro-Norte do estado de Mato Grosso do Sul, em parceria com a Cooperativa Agropecuária São Gabriel do Oeste (Cooasgo), os resultados também apontaram maiores valores de massa seca com o cultivo do milho solteiro; milho com Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã com guandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca e Brachiaria brizantha cv. Piatã e Crotalaria spectabilis, quando comparados às outras coberturas testadas.

O relatório mostra também que houve redução dos nematoides da espécie Pratylenchus brachyurus com os cultivos de Brachiaria brizantha cv. Piatã; milheto com guandu; aveia branca com nabo forrageiro e trigo mourisco com guandu. Já a população de Helicotylenchus dihystera teve diminuição com o manejo do cultivo da Brachiaria brizantha cv. Piatã; Brachiaria brizantha cv. Piatã com guandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria spectabilis; milheto com guandu; aveia branca com nabo forrageiro e trigo mourisco com guandu.

Com a colheita feita no período de 74 dias após a semeadura, identificou-se também que houve aumento de macronutrientes, principalmente o potássio, na palha das coberturas com o cultivo de milheto com guandu e aveia branca com nabo forrageiro.

Naviraí

O experimento instalado no município, em parceria com a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul), apresentou aumentos de massa seca parecidos com os resultados encontrados em São Gabriel do Oeste, cultivando as mesmas espécies de cobertura vegetal. A diferença ficou com a diminuição de nematoides da espécie Rotylenchulus reniformes, com resultados positivos com o tratamento milho solteiro; Brachiaria brizantha cv. Piatã com guandu; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria ochroleuca; Brachiaria brizantha cv. Piatã com Crotalaria spectabilis; milheto com guandu e aveia branca com nabo forrageiro.

Já com relação ao aumento de potássio, o estudo também demonstrou que houve melhor resultado do macronutriente com o cultivo de milheto com guandu e aveia branca com nabo forrageiro.

Manter o solo com alto nível de nutrientes, reservas orgânicas e minerais é fundamental para a alta produtividade da cultura a ser manejada. Os relatórios completos estão disponíveis para os Associados no Portal da Fundação MS neste endereço www.associadofms.com.br.

A Fundação MS

A Fundação MS realiza trabalhos de pesquisa aplicada em 11 unidades em Mato Grosso do Sul, na safra e safrinha 2020/2021. Com atuação sempre pautada em demandas advindas dos produtores rurais, em um sistema de trabalho conhecido por 2D´s (Demanda e difusão), os pesquisadores realizam experimentos que visam o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade dos produtos.

Através do Conselho Técnico-Científico (CTC) os problemas e desafios são levantados pelos membros, os pesquisadores elaboram protocolos de pesquisa que são levados ao campo. Após todo o manejo, colheita e tabulação dos dados, os resultados são apresentados em cada uma das unidades de pesquisa por meio de eventos promovidos pela Fundação MS: dias de campo, apresentações de resultados, no site, Portal do Associado e Showtec.

A Fundação MS também atua com parcerias e cooperações, testando eficiência, validação, posicionando e auxiliando no desenvolvimento de produtos que estão em fase pré-comercial ou já disponíveis no mercado, prestando serviços nas áreas de Manejo e Fertilidade do Solo, Fitotecnia Soja, Fitotecnia Milho e Sorgo, Herbologia/Entomologia e Nematologia/Fitopatologia.

via assessoria

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