Projeto brasileiro de produção de morango e taioba indoor é selecionado pela Nasa em desafio para a estação espacial que vai para Marte
A equipe LTCOP, de Piracicaba (SP), recebeu apoio de R$
100 mil da venture builder WBGI para o desenvolvimento e construção do
protótipo exigido pela competição.
Um grupo de pesquisadores da Esalq/USP, do Laboratório de
Cultura de Tecidos de Plantas Ornamentais (LCTPO), é finalista de um desafio
lançado pela Nasa e Agência Espacial Canadense, que tem o objetivo de produzir
alimentos para os tripulantes da estação espacial que terá como destino Marte.
As equipes norte-americanas e internacionais foram
convidadas a criar tecnologias ou sistemas alimentares inovadores e
revolucionários que exijam insumos mínimos e maximizem a produção de alimentos
seguros, nutritivos e palatáveis para missões espaciais de longa duração e
que tenham potencial para beneficiar as pessoas na Terra. Entre 180 projetos
internacionais, o brasileiro ficou entre os 10 selecionados. “O protótipo já
está pronto e com morangos em produção, agora o próximo passo é a avaliação de
dos pré-testes e relatório final. Os finalistas e vencedores serão conhecidos
no início de 2023”, explica o Prof. Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, que lidera
o projeto.
A proposta da equipe brasileira, chamada de Team LTCOP
(sigla em inglês do laboratório), é produzir alimentos frescos (morango e
taioba) nas condições de Marte e em trânsito. No projeto, os painéis verticais
podem ser usados para produzir sob luz artificial e restrições operacionais.
“Neste sistema, podemos controlar a nutrição das plantas com a fertirrigação e
os níveis de carotenóides dos frutos adicionando terpeno ao processo. O
laboratório de cultura de tecidos está incluído no sistema para abastecer o
banco de germoplasma (mudas). Além disso usamos óleo essencial de laranja para
manter as plantas sem pragas e doenças”, conta Christian Demetrio, pesquisador
do laboratório e membro da equipe.
A produção dos alimentos tem que ser específica para as
condições da estação espacial como consumo de energia e água limitados, por
exemplo. “Também há uma quantidade máxima de resíduos que se pode gerar e
elementos voláteis têm que ser evitados”, conta Demetrio.
O tamanho do módulo é um desafio para verticalizar a
produção, que será feita no sistema de semi-hidroponia e com variedades adaptadas
de morango. No período de seis meses, estimado para a viagem a Marte, o módulo
consegue produzir morangos para o consumo de até três pessoas. Também é
necessário ter um número de horas de trabalho limitado para manutenção e
colheita dos alimentos pela tripulação.
A venture builder WBGI disponibilizou inicialmente R$ 100
mil para a construção do protótipo, que é uma exigência das regras do concurso.
“Além disso, estamos dando o suporte administrativo e financeiro para que o
projeto se torne uma startup, mesmo porque o concurso determina que os projetos
virem negócios adaptados para produzir alimentos em terra também.”, explica
Joaquim Cunha, sócio da WBGI.
Mais informações sobre o desafio estão disponíveis em https://www.deepspacefoodchallenge.org/
via assessoria
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