Principal grão, a soja teve produção prejudicada por
clima adverso
Os agricultores brasileiros devem colher em torno de
271,2 milhões de toneladas de grãos na safra 2021/2022. A estimativa é dos
técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, se atingida,
representará um acréscimo de quase 14,5 milhões de toneladas em comparação com
o ciclo anterior.
Apesar da expectativa positiva, a produtividade do
principal grão cultivado no país, a soja, foi prejudicada por condições
climáticas desfavoráveis registradas em importantes regiões de plantio, como os
estados do Paraná, Santa Catarina e em parte do Mato Grosso do Sul. Além disso,
no Rio Grande do Sul, a estiagem derrubou à metade a produção da leguminosa.
Diante dos prejuízos registrados nessas e em outras
unidades, os técnicos da Conab calculam que os sojicultores colherão cerca de
125,6 milhões de toneladas do grão – uma redução de cerca de 10% em relação à
safra 2020/2021. Com isso, o estoque de passagem da safra 2020/21 passou para
8,85 milhões de toneladas e a projeção de exportação para 77,19 milhões de
toneladas, das quais 66,6 milhões de toneladas já foram exportadas entre
janeiro e agosto deste ano.
As estimativas constam do 12º Levantamento da Safra de
Grãos, que a Conab divulgou hoje (8). Os responsáveis pelo estudo calculam que
a produção total de milho cresça 30% em relação ao resultado anterior,
atingindo cerca de 113,2 milhões de toneladas. Graças, principalmente, à
retomada da produtividade na segunda safra, que deve responder por algo em
torno de 86,1 milhões de toneladas do total previsto.
Alta também para o estoque de passagem para o trigo em
2023, influenciado pela maior produção esperada para o cereal. A previsão é que
o estoque finalize em 1,6 milhão de toneladas para a safra com ano comercial de
agosto de 2022 a julho de 2023. No caso do milho, a queda na produtividade de
importantes regiões produtoras na segunda safra, reduziu o volume esperado para
o consumo e exportação do cereal, agora estimados em 76,5 milhões de toneladas
e 37 milhões de toneladas respectivamente. Mesmo com essas quedas, a projeção
para o estoque final também foi ligeiramente diminuída, saindo de 9,7 milhões
de toneladas para 9,4 milhões de toneladas.
Se por um lado a falta de chuva afetou parcialmente a
eficiência das lavouras de algodão, agora favorece a colheita, prevista para
ser encerrada em setembro, com a possível marca de 2,55 milhões de toneladas.
Além disso, as condições climáticas também conferiram uma “muito boa” qualidade
à pluma do algodão colhido. Em função do resultado, a Conab ajustou o volume do
produto a ser exportado, estimando que as vendas externas não devem ultrapassar
1,9 milhão de toneladas.
No levantamento, também são destacados, positivamente, o
plantio de sorgo, e, negativamente, o de feijão. O primeiro, impulsionado pelos
preços do milho, registra uma produção recorde de 2,85 milhões de toneladas, um
crescimento de 36,9% em relação à safra passada. Já os produtores de feijão
enfrentaram problemas climáticos em todas as três safras da leguminosa, cuja
produção só deve atingir 3 milhões de toneladas, o que é suficiente para suprir
apenas a demanda interna nacional.
Já no caso do arroz, os técnicos da Conab estimam que
serão colhidos cerca de 10,8 milhões de toneladas, o que representa uma
diminuição em relação a 2020/21 e também suficiente para abastecer o mercado
interno. Segundo o estudo, isso se deve à menor destinação de área para o
plantio, bem como pela redução na produtividade média nacional.
Ao mesmo tempo, os técnicos preveem um consumo menor do
arroz quando comparado com o levantamento divulgado em agosto. Com isso,
estimam que os estoques de passagem estarão em níveis “mais confortáveis”, com
previsão de que fechem o ano em 2,36 milhões de toneladas. Além disso, reviram
as previsões quanto aos volumes do produto a ser exportado e importado.
A nova previsão é que o Brasil exporte 1,4 milhão de
toneladas e importe 1 milhão de toneladas de arroz em 2022, sendo a motivação
dos ajustes o acompanhamento da evolução das exportações até o momento.
Da Agência Brasil com informações da Assessoria de
Imprensa da Conab
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