Pasto renovado via experimento com Sistema Diamantino, pela Embrapa, em Jateí, MS. (Foto: Ariosto Mesquita)
Na feira, de 16 a 18 de abril em Dourados, MS, visitante poderá conferir área de rebrota e amostras de sementes. Objetivo do modelo, ainda em validação pela Embrapa é, simultaneamente, renovar pasto e produzir silagem, aliviando o custo para o produtor e botando dinheiro no caixa da fazenda.
Investir em uma renovação
convencional de pastagem quase sempre é uma pancada no bolso do pecuarista,
sobretudo do pequeno produtor, que geralmente não possui diversidade em fontes
de renda para bancá-la. Uma eficiente e sustentável alternativa vem sendo
estudada pela Embrapa (em parceria com a Fundapam e Latina Seeds) há quatro
anos, com previsão de validação ainda para 2024. No entanto, quem for à
Tecnofam 2024 (Tecnologias e Conhecimentos para a Agricultura Familiar), que
acontece nos dias 16, 17 e 18 de abril, em Dourados, MS, poderá conferir uma
prévia bem enxuta deste modelo.
Em uma pequena parcela a campo (no
setor de demonstrações de tecnologias), o visitante vai se deparar com um
cultivo identificado como “Sistema Diamantino”, efetivado pela Embrapa, fruto
da parceria com a Latina Seeds. Ali, ele conseguirá visualizar uma
amostra da rebrota do plantio em consórcio do Sorgão Gigante com o capim BRS
Zuri (um Panicum).
Esta conjugação visa gerar duas
fontes de nutrição animal, justamente para o período de maior restrição
alimentar (os meses secos). São elas: silagem em grande quantidade (por vezes
superiores a 60 t/ha em até dois cortes) e um novo pasto vigoroso graças aos
tratos agronômicos na implantação e também ao alto poder de enraizamento
profundo do Sorgão Gigante. Este predicado, em especial, reforça a sustentação
da biota de solo (conjunto de seres vivos que lá vivem) e contribui para a
descompactação, aeração, hidratação, nutrição e estabilidade produtiva. A
ideia, portanto, é que a silagem gerada no sistema amortize ou pague, com
sobras, o custo da renovação da pastagem.
O produtor interessado em obter mais
detalhes pode visitar o estande da Latina Seeds, na área indoor da
feira. Lá, além de receber informações e explicações, ele terá como solicitar
uma amostra de sementes do Sorgão Gigante Agri002e, em saquinhos de 10 gramas.
A quantidade é limitada e será escalonada ao longo dos três dias. Ainda no
estande, a Latina Seeds disponibilizará informações sobre seu portfólio de
produtos: Linha Milho e Linha Sorgão.
Amostra de sementes do Sorgão Gigante da Latina Seeds e orientações técnicas para o produtor (Foto: Gabriel Santana Costa)
Em andamento
O processo de validação do Sistema
Diamantino envolve áreas de cultivo (experimentos) na Embrapa Agropecuária
Oeste (Dourados) e em duas propriedades particulares (produtores parceiros):
Sítio Cantinho do Céu (Jateí, MS) e Sítio Tropical (Vicentina, MS). Os estudos,
capitaneados pelos pesquisadores Gessi Ceccon e Marciana Retore, trabalham com
propostas de consórcios do Sorgão Gigante com os capins Zuri (Panicum) e
Marandu (Braquiária) em espaçamentos entre linhas de 45 cm e 90 cm.
O diretor-executivo da Latina Seeds, Willian Sawa, está avaliando as possibilidades, oportunidades e conveniências de lançamento oficial da nova tecnologia ainda em 2024: “Já recebemos convites e sugestões para o lançamento oficial, mas estamos estudando com cautela e de forma estratégica. Entendemos que este modelo se encaixa perfeitamente na atual demanda por recuperação de áreas degradadas, colaborando para o cumprimento dos compromissos ambientais do Brasil. Neste caso, o Sistema Diamantino representa a possibilidade de uma renovação para a própria pecuária”.
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